O Chamado de Cthulhu (em inglês, The Call of Cthulhu) é uma das histórias mais emblemáticas e influentes do escritor americano H.P. Lovecraft, publicada pela primeira vez em 1928 na revista Weird Tales. A obra é um dos pilares do chamado “Ciclo de Cthulhu”, que gira em torno de uma mitologia cósmica de deuses, entidades e forças além da compreensão humana, temas centrais no trabalho de Lovecraft.
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O conto é narrado na forma de um relato de um investigador que tenta entender os estranhos acontecimentos ligados ao culto de Cthulhu, uma entidade cósmica e malévola que vive no fundo do oceano. A história é dividida em várias partes, sendo contada através de diferentes testemunhos e documentos. O narrador, cujo nome não é revelado, encontra anotações de seu falecido tio, o Professor Angell, que também havia sido obcecado por Cthulhu.
O ponto central do conto é a descoberta de uma estátua misteriosa, conhecida como o Cthulhu Idol, que representa uma criatura monstruosa. A estatueta é encontrada por um marinheiro, que relata experiências aterradoras envolvendo pesadelos e alucinações. Essas experiências, aparentemente desconectadas, acabam se unindo por meio de documentos, histórias e investigações de pessoas que estavam envolvidas com o culto de Cthulhu.
Cthulhu é descrito como um ser colossal, com uma aparência monstruosa: uma mistura de polvo, dragão e humano, com asas e tentáculos. Ele reside na cidade submersa de R’lyeh, um lugar distante e inexplorado no oceano Pacífico. Quando Cthulhu desperta de seu longo sono, ele traz consigo caos e destruição, mas a história sugere que sua ascensão pode estar acontecendo aos poucos, através do culto dedicado a ele.
A tensão do conto aumenta à medida que o narrador percebe que Cthulhu não é apenas uma lenda ou um pesadelo, mas uma verdadeira ameaça cósmica que desafia a racionalidade humana e expõe a fragilidade da nossa compreensão sobre o universo.
A figura de Cthulhu tornou-se um ícone da cultura popular, sendo retratada em diversos livros, filmes, jogos de RPG, quadrinhos, e até em músicas. Cthulhu, como símbolo de algo incompreensível e aterrador, transcendia a literatura e se tornou um arquétipo de um mal cósmico e além de qualquer entendimento humano.
O conceito de “Cthulhu Mythos”, que se refere ao universo ficcional criado por Lovecraft e expandido por outros escritores que o seguiram (como August Derleth, Robert E. Howard, e outros), também surgiu a partir desta obra. As entidades do Mythos representam forças cósmicas, algumas das quais podem ser adoradas, mas que, se despertadas, podem causar a ruína da civilização humana.
A obra e a mitologia criada por Lovecraft tiveram um impacto duradouro em várias áreas da cultura popular. Além de inspirar outros escritores de horror (como Stephen King), O Chamado de Cthulhu também deu origem a uma vasta gama de adaptações em filmes, jogos, e até mesmo música, como a banda Metallica, que se inspirou em Lovecraft para criar sua canção “The Call of Ktulu”.
O culto ao próprio Cthulhu tornou-se uma metáfora poderosa para a luta contra forças que estão além da compreensão humana, refletindo a ansiedade moderna sobre a insignificância do ser humano no grande esquema do universo.
Essa história continua sendo uma obra de referência para aqueles que buscam compreender as complexidades do medo existencial e as profundezas do desconhecido.
O Chamado de Cthulhu é mais do que uma simples história de terror: ela é uma exploração do lugar da humanidade no cosmos e a ideia de que forças além de nossa compreensão governam o universo. Ao lidar com o impossível e o incompreensível, a obra de Lovecraft continua a fascinar e a intrigar leitores e criadores até hoje.
